19.4.09

Graf Zeppelin em Natal

O dirigível Graf Zeppelin sobrevoando Natal (1930)

Quando da primeira viagem do Graf Zeppelin ao Brasil, em 1930, após pousar em Recife, Rio de Janeiro, novamente Recife, seguia para os Estados Unidos e sobrevoaria a cidade de Natal.
A Empresa Luftschiffban Zeppelin G.M.B.H, construtora do Zeppelin, considerando a importância histórica de Augusto Severo para o desenvolvimento dos balões dirigíveis, resolveu, por sua própria e inédita iniciativa homenageá-lo, além de que este ato teve significativa e simpática recepção junto ao governo brasileiro e, particularmente junto ao governo potiguar, numa região política e estratégicamente importante.
A importância do trabalho de Augusto Severo foi descrita por um Almanaque Garnier da época : "O mérito do sistema consistia, particularmente, em haver o inventor conseguindo que balão e barquinha formassem um só corpo." Embora precocemente falecido em Paris, em acidente com um novo balão, teve uma fundamental importância e participação no processo evolutivo da dirigibilidade aérea e a companhia alemã não ignorou o fato, apesar de nem sempre ter tido o merecido reconhecimento em seu próprio país.
A primeira homenagem ocorreu a 28 de maio de 1930, "... o balão descreveu um grande círculo e permaneceu doze minutos em evoluções; baixou sobre a estátua de Augusto Severo e deixou cair um ramalhete de flores naturais, com a seguinte inscrição : "Homenagem da Alemanha ao Brasil, na pessoa de seu filho Augusto Severo." O troféu caiu próximo à estátua, sendo levado à mesma."
Quando novamente sobrevoou Natal, em 20 de outubro de 1933, o Zeppelin realizou nova homenagem de acordo com Paulo Pinheiro de Viveiros : " dessa feita, voava à noite, numa altura aproximada de 200 metros; eram 23 horas e 30 minutos quando alcançou a cidade, deixando cair de bordo, pendente de um pára-quedas luminoso, uma coroa sobre o monumento de Augusto Severo. O vento desviou o troféu que caiu no pátio interno da Great Western. Toda a população natalense estava desperta e acompanhou, nas ruas, as evoluções do Graf Zeppelin. A coroa tinha um laço de seda com as cores da Alemanha e do Brasil e a seguinte inscrição : "A Augusto Severo, o grande brasileiro que idealizou a aviação como fator de progresso - arma de aproximação entre os povos - homenagem do Graf Zeppelin ".
Como se pôde constatar, uma simples peça filatélica encerra, em si própria, uma longa e curiosa história, com desdobramentos diversos, se profundamente pesquisada. A peça em questão, de um simples máximo postal, passa a ter a sua importância e possibilidade de inserção em coleções de História Postal, Brasiliana, História da Aviação, História do Rio Grande do Norte, etc.
Por Geraldo de Andrade Ribeiro Jr. - Foto: Acervo do Mons. Jamil Nassif Abud.

2 comentários:

José Tupinamba de Macêdo disse...

Em 1937 ou 38 não estou lembrado, o Graf Zeppelin passou
aqui em Natal, no local onde hoje é o quartel do 17/GAC.
tinha dez anos deidade na ocasião, não lembro a data.

Anônimo disse...

gostaria de lembrar que ao contrario do mineiro Santos, com seu 14 bis, o potiguar Augusto não teve patrocínio do governo brasileiro na elaboração dos seus projetos em Paris. é atribuido esse como um dos possíveis fatores para a explosão do balão flexível de Severo.