16.1.10

Padre João Maria


João Maria Cavalcanti de Brito, conhecido como Padre João Maria, nasceu em 23/06/1848 e faleceu em 16/10/1905 ).
Nascido na antiga Fazenda Logradouro do Barro, hoje Fazenda Três Riachos, em Jardim de Piranhas no Rio Grande do Norte, era filho de Amaro Cavalcanti e Ana de Barros. Entrou no Seminário de Fortaleza com 13 anos e foi ordenado sacerdote em 30/11/1871. Realizou a primeira missa quando tinha apenas 23 anos e assumiu a paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, antiga catedral de Natal, em 07/08/1881.
“O passado está sempre a refletir no presente seus exemplos e suas virtudes. Nós do presente temos o dever precípuo de fixar para o futuro as coisas de outrora. Adentremos, pois, a poeira do tempo e de lá tiremos as coisas silentes e sacrossantas” disse Boanerges Soares, iniciando discurso em louvor à memória do Pe. João Maria.
Natal à época, último quartel do século XIX, era literalmente “um vale branco entre coqueiros”, como cantava Ferreira Itajubá, onde abundavam poetas e boêmios a serenatearem por ruas de sugestivos nomes, tais como: da Estrela, dos Tocos, da Palha, do Camboim, do Sebo, da Laranjeira, dos Preguiçosos e outras mais. Era comum deparar-se com a figura do canequeiro, popular que ganhava a vida vendendo água em canecos.
Integrou o Movimento Abolicionista fundando a Sociedade Libertadora Norteriograndense e a imprensa católica de Natal dirigindo o periódico Oito de Setembro.
Foi nessa época que ele passou a ser conhecido pela sua extrema solidariedade, Padre João Maria marcou sua vida com uma meta bem definida: ajudar aos mais pobres. A determinação em estar ao lado dos que precisam, foi confirmada quando o Rio Grande do Norte foi atingido por uma epidemia de varíola, no final do século XIX, seguida de uma grande seca. Padre João Maria também distribua alimentos as pessoas mais pobres da cidade.
Desde então, é considerado como o Santo de Natal, aonde foi construída, por trás da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, uma praça em sua homenagem, lá existe um busto seu, onde fieis costumam fazer promessas se benzem com água benta e agradecem ao "santo" com pequenos objetos que fazem alusão às graças obtidas, a ele são atribuídas inúmeras graças, principalmente as que amenizam o sofrimento dos fiéis.
Devido ao grande esforço despendido nas suas atividades, contraiu varíola e por ordem médica afastou-se da paróquia e foi para casa de amigos no Alto do Juruá em Belo Monte (hoje Petrópolis) onde veio a falecer.
O lado mais autêntico dos fatos, contudo, verifica-se na espontaneidade popular, em devoção diária e constante, seja ante o seu busto na praça pública, na Cidade Alta, atrás da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, antiga Catedral, em frente a seu túmulo, no cemitério do Alecrim, na igreja do alto do Juruá, que as pessoas insistem em atribuí-la ao padre João Maria, ou mesmo no recolhimento dos lares. Os milagres, fez ainda em vida, no enfrentamento de tanta dificuldade. Hoje continua a fazê-los, através da fé que inspira, da esperança que consola os que lhe recorrem e da memória imorredoura de seu inesgotável amor, cuja chama se mantém, acesa no coração do povo potiguar.

Fontes: Ubiratan Queiroz e Wikipédia - Foto Sônia Furtado

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