12.6.10

Prof. Luiz Soares: Paladino do Escotismo - II

O professor Luiz Soares em 1910 foi orador da primeira turma da Escola Normal de Natal.
Em 1907 ele reorganizou a Liga de Desportos Terrestres do RN sendo eleito seu Presidente.
O trabalho realizado na Liga levou Juvenal Lamartine, seu parente, a construir o Estádio em 1929 no Tirol.
O trabalho de Luiz Soares foi reconhecido pelos opositores de Lamartine que o indicaram para um cargo federal na Escola de Artífices, hoje IFRN. Mais delicadamente recusou para continuar no ensino do estado mesmo ganhando menos.
Foi eleito Vereador chegando a Presidência da Câmara Municipal de Natal.
Em 1950 viajou a Roma a convite de seu filho Pedro Segundo, para localizar e movimentar o processo de beatificação do Padre João Maria.
Os escoteiros tiveram participação intensa na vida natalense, especialmente em situações de calamidade, como em 1918, durante o surto de gripe espanhola que vitimou um grande número de pessoas. Em 1919 os escoteiros ajudaram a socorrer os flagelados da seca, abrigados pelo governo em péssimas condições de higiene em um terreno baldio do Barro Vermelho.
Foi por essas e tantas boas ações que Luiz Soares recebeu a comenda do Tapir de Prata, do General Baden Powell, criador do Escotismo - a mais alta honraria que um escoteiro pode receber.
Professor Luiz Soares, um exemplo para todos!



Veja também neste blog: Prof. Luiz Soares: Paladino do escotismo."

Enviada por Alexjunior Pereira de Lima, Diretor Presidente do 12° Grupo de Escoteiros Professor Luiz Soares.

3.6.10

A Feira da Tatajubeira e o Mercado de Ferro

A mais antiga feira livre de Natal foi, talvez, a que se fazia debaixo de uma tatajubeira antiguíssima e frondosa. Ela existiu desde o século XIX, na Rua Frei Miguelinho, na Ribeira. Diariamente, vinham para ali pescadores e pequenos produtores rurais, d'aquém e d'além Potengi, vender seus produtos. Nas noss pesquisas sobre Natal, encontrmos nota de 1912 sobre esta feira, e por repuá-la de muito valos, resolvemos transcrevê-la na íntegra:

"Não há hoje em Natal um só dos nossos bisavós que nos diga quatro palavras acerca da infância dessa árvore que ora serve de casa de mercado ao mais comercial e ao mais movimentado bairro desta cidade, que é a primeira do Estado. Segundo os cálculos, a árvore conta mais de duzentos anos de vida e, por sua sombra benfazeja, passaram gerações de proletários e de boêmios, uns que junto a seu tronco encostavam a descansar das fadigas do trabalho, outros, amigos do ócio e do álcool que, em noite de luar, cantavam ali canções nostálgicas ao som do violão sugestivo. Antes de ser como é hoje, casa de mercado de uma cidade fantasticamente progressiva, foi, como nos dizem os velhos pescadores, oficina de carpinteiro onde se construíam as quatro jangadas que se lançavam, a cada ano, nas águas mansas do Potengi. Ainda em nosso dias, ela tem na sua crosta rugosa os golpes antigos da enxó e dos machados dos operários, que nela experimentavam o aço da ferramenta. Nesses dias remotíssimos em que havia grandes selvas na avenida de hoje, a veneranda tatajubeira era ainda moça e bem amada e não tinha, por conseguinte, sofrido o castigo da lama que ora a invade. Se for em dia de chuva especialmente, ele (o forasteiro) passará forçosamente pela Tatajubeira - essa cloaca onde alguns quitandeiros vendem peixes, carnes e verduras. O estado desse local é mais próprio para um estábulo do que para um lugar em que se faça uma feira. O lamaçal que ali se forma com a menor chuva entedia, causa nojo e faz pensar que habitamos um brejo sem que haja a menor autoridade higiênica ou municipal que tome a iniciativa." (A República, 1912).

Consciente de que a população da Ribeira não podia continuar se abastecendo na Feira da Tatajubeira, onde não havia as mínimas condições de higiene, o presidente da Intendência, coronel Romualdo Lopes Galvão, resolveu construir um mercado de ferro, que foi erguido no quarteirão n.° 15 do bairro da Ribeira, na avenida Almino Afonso, fazendo esquina com a rua Ferreira Chaves. No dia 25 de fevereiro de 1914, na sessão "Várias", o jornal A República publicou a seguinte matéria sobre este mercado:

"Em 1923, no relatório que apresentou ao Conselho de Intendência Municipal, o vice-presidente da Intendência, em exercício, o farmacêutico Joaquim Ignácio Torres, afirmava que o "mercado de ferro que em 1915 foi inaugurado na Ribeira, tinha sido pela administração anterior entregue à Higiene Federal para nele funcionar um posto de assistência médica, com toda a sua instalação" (TORRES, 1923, p. 8). Com a entrega do prédio do mercado à saúde pública, renasceu a Feira da Tatajubeira a partir de março de 1924 por determinação do presidente da Intendência, Cel. José Lagreca. A finalidade desta restauração era o barateamento do custo de vida. Para isso, ficaram livres de impostos e de sujeira os produtos vendidos à sombra da velha tatajubeira, mercê da fiscalização municipal (A República, 29 de março de1924).

Na segunda vez que governou Natal (de 30 de outubro de 1935 a 03 de janeiro de 1942), o prefeito Gentil Ferreira de Souza fez muito calçamento a paralelepípedo no bairro da Ribeira. Neste período, ele calçou as ruas Chile, Frei Miguelinho, 15 de Novembro, Almino Afonso, Ferreira Chaves, Aureliano, a avenida Duque de Caxias e a travessa Bom Jesus (A República, 29 de outubro de 1941). Onde havia calçamento antigo, feito de pedra preta, tosca, irregular, ele substituiu por calçamento a paralelepípedo. Com o calçamento da rua Frei Miguelinho e da avenida Almino Afonso, acabou-se a Feira da Tatajubeira. Para substituí-Ia, Gentil Ferreira construiu o mercado da Ribeira, no mesmo local, onde existiu anteriormente o Mercado de Ferro, construído por Romualdo Lopes Galvão. No dia 7 de setembro de 1940, Gentil Ferreira lançou a pedra fundamental deste novo mercado. O novo prédio, dividido em três amplos compartimentos, oferecia 41 locais de comércio para os locatários. Em janeiro de 1941, ele já estava pronto (A República, 09 de janeiro de 1941).

Com a decadência da Ribeira ao longo dos anos 60, a população ali residente foi diminuindo e, consequentemente, o movimento comercial de alimentos. Anos depois, o mercado da Ribeira foi transformado em repartição da Prefeitura.

Texto de Itamar de Souza, Nova História de Natal - Enviado por José Tarcísio de Medeiros